Do Grupo ao Contexto Grupal

Na trilha do discípulo, quando este busca o encontro consigo mesmo e depois com o cosmos, várias são as fases nesse caminhar. Depois do despertar para a sua condição de Ser Espiritual, depois do levantar dos primeiros véus que lhe revelam uma realidade para além do jogo tridimensional, o discípulo – aquele que aspira a se tornar um Servidor – deixa os grupos gregários do mundo e parte na busca de outros caminhos mais de acordo com a sua nova condição.

Da Terapia à Cura

Cada vez mais se faz necessário a formação de curadores dentro da humanidade encarnada. Seres que despojados de qualquer vontade humana de curar, e entregues à vontade de Deus, possam funcionar como verdadeiros agentes dessa cura tão urgente e necessária nos tempos de hoje. Seres que não são formados por nenhuma técnica humana, por nenhum método espiritual ou terapêutico, mas que na entrega incondicional ao mais alto se colocaram, de forma silenciosa e despojada, ao serviço do plano evolutivo.

Da Canalização à Sintonização

Durante muito tempo, a forma mais usada pelas entidades de outros planos para fazerem chegar informação a esta realidade tridimensional era através da canalização. O ser encarnado funcionava como canal para transmitir a informação que era necessário fazer passar naquele momento; informação essa à qual, muitas vezes, nem ele mesmo estava filiado internamente. Embora canalizando, esse ser não tinha um vínculo interno com a fonte de onde a informação era proveniente. Ele era apenas um instrumento passivo, nada mais.

O Fim da Dualidade

“A luz e as trevas, a vida e a morte, as coisas da direita e aquelas da esquerda, elas são irmãs entre si. Não é possível que se separem. Por isso, nem os bons são bons, nem os maus são maus, nem a vida é vida, nem a morte é morte.” (Evangelho de Filipe)

Da Observação à Contemplação

Quantas não foram as vezes que dissemos para nós mesmos que somos seres despertos, seres que deixaram a ignorância de uma vida virada para as coisas materiais e passaram a se interessar por temáticas espirituais, sem nos apercebermos que o verdadeiro despertar não vem do interesse que possamos ter neste tipo de assuntos, nem nas práticas ou técnicas que possamos praticar, mas sim no sentir do pulsar da Vida em tudo aquilo que nos cerca. Poderemos saber tudo de espiritualidade, praticar todas as técnicas existentes e sermos alguém tão adormecido quanto aqueles que se ocupam apenas de coisas materiais.

Deixar Fluir

Em muitos seres existe hoje uma urgência, uma necessidade existencial de corrigir o mundo, de sarar as feridas de uma civilização esquecida de si mesma, distante dos propósitos maiores que a ela estavam destinados. Uma urgência que se torna cada vez mais presente em todos aqueles que assumiram um compromisso para com a humanidade. O compromisso de caminhar de coração aberto diante do olhar cego daqueles que só acreditam naquilo em que podem tocar, mostrando que esse tocar é mais profundo, mais vasto; que tocar com o coração é sentir a unidade de todas as coisas na força transmutadora dessa energia maior a que chamamos AMOR.

O Arqueiro ZEN

No silêncio do ser, na expressão terna desse momento que tudo pacifica quando aprendemos a não resistir à Vida, mas através desta fluir com o tempo e com o espaço, deixando que seja Ela a viver em nós, tudo regressa à nota primordial da nossa encarnação, e não mais será necessário lutar, impor, procurar, pois ali, no momento presente onde nada falta, o Universo tudo fará para nos nutrir com a sua manifestação de Abundância, Harmonia e PAZ.

A Oração

A oração é um dos momentos de maior intimidade que um ser pode experimentar. É a respiração necessária para que, através da vontade, nos possamos ligar a Deus na espontaneidade de um coração que busca a sua Alma, para que através desta, de forma amplificada, esse diálogo com Deus possa acontecer. Diálogo esse que é sempre de coração a coração.

Dos Múltiplos Caminhos Certos ao Único Caminho Verdadeiro

Certa vez alguém chegou junto de mim e confidenciou-me que uma pessoa amiga, de forma muito zelosa e genuinamente preocupada, lhe informara que tinha recebido uma mensagem de uma entidade espiritual que, ao fazer-se canalizar, alertava-a para os caminhos errados que estava a seguir. A mensagem era muito focada nas consequências das suas acções, daquilo que poderia acontecer se os caminhos não fossem corrigidos, servindo-se essa entidade do instrumento do medo como forma de condicionar o outro na sua própria liberdade.  No fundo, os mesmos ventos do passado que mantiveram a Humanidade submissa e incapaz de cumprir o seu potencial.

Amor Incondicional

O amor incondicional é como o pólen lançado ao vento, sem destino, sem morada, livre nos caminhos deixados em trilhos onde este se deixa conduzir, permitindo que o fluir desse vento o encaminhe aonde é necessário. A planta de onde emanou nunca saberá o lugar do seu pouso, as consequências da sua acção, nem conhecerá as novas plantas por ele fertilizadas. De si, apenas se pede que se abra e se entregue, para que esse pólen possa expressar-se em liberdade, cumprindo a sua função.

Soltando as Máscaras

Vivemos tempos muito peculiares. Se no passado estivemos amordaçados sob o peso da moral religiosa, submersos pelos seus dogmas que condicionaram a plena expressão do Ser, hoje estamos no extremo oposto, construindo novos dogmas. Tentamos mostrar às pessoas que elas podem ser tudo aquilo que quiserem, que através de uma prática, de um método, de uma técnica, podem construir uma nova personalidade. Do lado do desenvolvimento pessoal dizem-nos que podemos ser mais felizes, ter mais sucesso, mais alegria, mais paixão, do lado da espiritualidade dizem-nos que devemos ser mais coerentes, mais humildes, mais amorosos, mais altruístas e, com base em tudo isto, apresentam-nos técnicas e métodos que nos permitam alcançar estes objectivos. Mas digo-vos, que tudo aquilo que construímos com esforço através de uma técnica, seja ela qual for, é mais um personagem que colocamos sobre o palco. Melhor que o anterior, é certo, se for bem construído, mas mais um personagem.

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