O meu primeiro contacto com imagens geradas por IA foi através do Midjourney. Lembro-me de ter ficado atónito a olhar para a galeria com aquele efeito WOW nos olhos. No entanto, imediatamente outro olhar se sobrepôs e pude perceber que, embora as imagens fossem esteticamente impactantes, eu não ficava mais do que 3 a 5 segundos a olhar para cada uma delas. Ora, um dos atributos da arte é exatamente a capacidade de promover um diálogo entre o observador e o objeto, permitindo que dessa interação nasça algo de novo. Com aquelas imagens, para além do WOW de espanto, não havia qualquer diálogo entre mim e cada uma dessas imagens. E foi a partir desta experiência inicial que escrevi o meu primeiro post no Facebook, questionando-me:
Estaremos a entrar numa era em que a arte sai das mãos do artesão e passa para as mãos do contador de histórias, ficando a execução a cargo da I.A.? E sem as mãos do artesão e a sua sensibilidade e intuição, poderemos continuar a chamar arte ao resultado final?